Matéria sugerida pelo nosso seguidor: @gaberato
Bastante numerosas, as saúvas contam com mais de 200 espécies e podem ser facilmente vistas na América em meios urbanos nos períodos de chuva e também em regiões agrícolas.
Habitantes antigas do nosso planeta, estima-se que as saúvas existam aqui há mais de 8 milhões de anos, além disso elas exercem uma função primordial. Elas enriquecem o solo e são parte fundamental do que dá origem às florestas.
Ficou curioso para entender um pouco mais sobre esse animal?
Então trouxemos algumas curiosidades para você:
1- Uma antiga praga agrícola
O visual assustador desse animal faz juz ao seu impacto negativo na agricultura causado especificamente pelas espécies Atta sexdens rubropilosa e Atta laevigata, que são as que mais causam danos e desfolhamento.
Para se ter uma ideia, desde o período colonial já se sabia que esse animal causava um impacto negativo na agricultura.
O motivo real disso é que elas costumam cortar as folhas de mudas e de árvores para levá-las ao sauveiro onde elas criam um fungo que é o seu verdadeiro alimento final.
Para manter um sauveiro durante um ano, pesquisadores calculam que é necessária 1 tonelada de vegetais. Pensando no fato delas serem bastante populosas, já dá pra imaginar que na realidade esse número se multiplica para cada sauveiro que tem em uma determinada região.
2- Diversos nomes populares
São muitos os nomes que esse animais possuem em diversas regiões (que inclusive derivam do tupi-guarani), são eles: saúba, formiga- cortadeira, formiga- carregadeira, formiga- de -mandioca, formiga- cabeçuda, formiga- de -roça, roceira, cabeçuda, caçapó, maniuara, caiapó, carregadeira, cortadeira, formiga -caiapó, formiga- da -roça, formiga- de -nós, formiga- saúva, lavradeira, manhuara, Tanajura, picadeira e formiga-de-taboca.
3- Uma colônia inteligente e funcional
Dentro de uma colônia cada saúva recebe um papel para que tudo se mantenha organizado, como se fosse uma empresa.
As saúvas recebem até nomes diferentes para suas funções, são elas:
Cortadeiras: Essas são as que vemos com mais frequência, geralmente elas são as que cortam e carregam as folhas até o formigueiro.
Bitus: Geralmente são aquelas que surgiram de ovo mal cuidados e que basicamente reproduzem e morrem.
Enfermeiras: Basicamente cuidam da parte mais ‘’sensível’’ do formigueiro que são os ovos, larvas e pupas. Além disso cuidam também dos filhotes da rainha.
Lixeiras: Estas são responsáveis por manter a ‘’higiene’’ do formigueiro, tirando todo lixo que se encontra lá dentro e também corpos para que se evite a proliferação de doenças e fungos.
4- A rainha ‘’Tanajura’’ têm uma reprodução bem curiosa
A rainha é a maior de todas as formigas, responsável pela população do formigueiro. É a única que põe ovos e vive cerca de 20 anos em laboratório e cerca de 6 anos na natureza.
A função principal da rainha é gerar e zelar pela vida do sauveiro. É uma grande responsabilidade não é verdade?
Na própria reprodução ela já exerce uma função primordial, onde inicialmente a rainha voa para acasalar com até oito machos no chamado “vôo nupcial’’ e os Bitus (machos) morrerão no processo. A rainha então pousa e toma uma escolha que é até um pouco ‘’filosófica’’ onde ela retira sua liberdade (asas), usando suas pernas e mandíbulas, para se dedicar ao começo a uma nova vida no novo sauveiro.
Com cerca de uma semana, a rainha começa a produzir os seus ovos que eclodem rapidamente e em cerca de 45 dias já são adultas e podendo exercer algumas das funções do formigueiro.
Após isso ocorre uma pequena divisão de ‘’classes’’:
Os ovos bem cuidados geram as formigas aladas que se tornarão rainha e que vão fazer o mesmo processo que falamos acima no futuro.
Aqueles ovos mal cuidados dão origem aos Bitus que basicamente irão se reproduzir e morrer.
Após todos esses processos, se inicia a vida no sauveiro, que já começa tendo como sua primeira obrigação a tarefa de ter fungos para sustentar a colônia.
5- Elas são parte da culinária de muitos lugares do Brasil
Farofa de Tanajura [Foto: Baú das dicas (YouTube)]
As tanajuras de diversas espécies são apreciadas no Brasil como comida, sendo principalmente consumidas por nativos do interior dos estados de São Paulo e Minas Gerais, em algumas tribos de índios brasileiros e também em Pernambuco. Geralmente são preparadas fritas, em salmoura e misturadas com farofa, ou às vezes doces como paçocas. Em cidades do interior ou em áreas rurais, elas são servidas fritas na manteiga em bares e restaurantes populares.
No nordeste brasileiro as tanajuras fazem parte de um cardápio exótico, sendo iguaria em mercados públicos como o de São José, no Recife. A captura, o modo de preparo e a degustação da Tanajura são tombados como patrimônio imaterial do povo do município de Tianguá, localizado na Cuesta da Ibiapaba no Ceará.
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